Joy e seu filho Jack vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick. O Quarto de Jack consegue misturar suspense e melodrama na medida certa. A imersão que o filme consegue passar é surreal, e o espectador não tem quase nenhum momento de alívio no filme todo. Isso reflete não só a excelente estrutura do roteiro como também a brilhante atuação de Brie Larson (Joy) e Jacob Tremblay (Jack), que sustentam a adrenalina do começo ao fim. Apresentado pela primeira vez no Festival de Cinema de Telluride em 4 de setembro de 2015, foi aclamado pela crítica especializada e conquistou diversas indicações a prêmios renomados, como Critics' Choice Movie Awarde Globo de Ouro.Larson foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação.
O Quarto de Jack é um romance da escritora irlandesa Emma Donoghue, finalista do Booker Prize e do Orange Prize. Em 2015, foi lançada uma adaptação cinematográfica chamada Room, com roteiro da própria autora.
Carl Gustav Jung (1875-1961) foi um psiquiatra suíço, fundador da escola da Psicologia Analítica. Desenvolveu os conceitos da personalidade extrovertida e introvertida, de arquétipos e do inconsciente coletivo.
Jung nasceu em Kesswil, na Suíça, no dia 26 de junho de 1875. Filho de um pastor protestante, com quatro anos, mudou-se com a família para a Basiléia, na época, um grande centro cultural da Suíça. Estudou biologia, zoologia, paleontologia e arqueologia. Em 1895 ingressou na Universidade de Medicina da Basiléia e logo despertou o interesse pelos fenômenos psíquicos. Concluiu o curso em 1900.
Carl Gustav Jung iniciou sua vida profissional como assistente do psiquiatra Eugen Bleuler, na Clínica Bugholzli, em Zurique. Em 1902 obteve o doutorado na Universidade de Zurique, com a dissertação “Psicologia e Patologia dos Fenômenos Chamados Ocultos”. Em 1904 montou um laboratório experimental onde iniciou a aplicação de sua tese para o diagnóstico psiquiátrico, através da associação das palavras. Identificou conteúdos psíquicos reprimidos para o qual denominou de “complexo”, estudo esse muito explorado por Freud.
Em 1905 tornou-se livre docente de Psiquiatria na Universidade de Zurique. Em 1907 no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise. Dois anos mais tarde, o grupo fundouiniciou seu contato com Freud. Em 1908, juntos com Adler, Jones e Stekel, se reuniram a Associação Internacional Psicanalítica, da qual Jung se tornou o presidente e criou sucursais em vários países.
Parceiros do desbravamento do inconsciente, Freud e Jung romperam o relacionamento em uma amarga disputa a respeito do significado da libido.
Em 27 de fevereiro de 1907, na rua Berggasse número 19, em Viena, Sigmund Freud se apaixonou. O objeto de seu afeto era Carl Gustav Jung. O jovem psiquiatra, 19 anos mais novo do que Freud, já era diretor clínico do prestigioso hospital Burghölzli e professor da Universidade de Zurique.
Jung havia conquistado reconhecimento internacional por sua invenção do teste de associação de palavras, e sua prática era renomada pela incisividade delicada. Mas quando Jung leu "A interpretação dos Sonhos" (1900), de Freud, a teoria do colega o surpreendeu, e ele decidiu que tinha que falar diretamente com o autor. E falar foi o que fizeram por 13 horas. Mergulharam nas profundezas do inconsciente e nos métodos da psicanálise.
Freud se impressionou imensamente com o intelecto de Jung, mas seu desejo de atrair o colega para o mundo psicanalítico também tinha motivações políticas. Como movimento intelectual, a psicanalise em seus primeiros dias se assemelhava a um partido político - ou talvez a uma religião nascente - com Freud como centro inamovível.
Ele chamava a expansão da psicanálise de "a Causa", a ser promovida pela conversão da psiquiatria convencional e pela exclusão impiedosa dos epígonos que abandonavam o movimento, a exemplo de Wilhelm Stekel. Na mente de Freud, o maior obstáculo enfrentado pela "Causa" era o antissemitismo. Ele mesmo era um judeu ateu, e todos os analistas que se amontoaram na sua sala de estar para participar da fundação da Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras ( a primeira associação mundial de psicanalistas) eram judeus. Freud temia que a psicanálise se tornasse tão associada ao judaísmo que isso impedisse de ganhar espaço como ciência convencional.
Por isso, Jung era tudo o que Freud poderia esperar: talentoso, altruísta, uma figura de destaque na hierarquia da ciencia - e acima de tudo nascido sem nem mesmo uma gota de sangue judaico. "Só o surgimento dele", Freud confidenciou, "salvou a psicanálise do perigo de se tornar uma empreitada nacional judaica".
Se Freud via em Jung um príncipe herdeiro gentio, o que Jung via em Freud? Jung tinha uma imaginação fluida que não era fácil de conter - especialmente dentro dos limites da psiquiatria convencional. Como muitos dos primeiros psicanalistas, era um sujeito excêntrico.
Às vezes, Jung se via como uma reencarnação de Goethe ( devido a uma conexão ancestral espúria com o poeta); ele sempre se recordava de um sonho acordado que teve aos 12 anos, no qual Deus defecava na catedral da Basileia; e seus hábitos vorazes de leitura eram tão irregulares quanto o percurso de um relâmpago. Quando Jung leu " A interpretação dos sonhos" encontrou nas ideias de Freud um novo panorama para sua mente irrequieta - pelo menos por algum tempo.
O primeiro presente de Jung a Freud precedeu o primeiro encontro entre eles. Em 1906, Jung havia aplicado seu teste de associação de palavras à teoria de livre associação de Freud, uma ferramente importante para exumar memórias reprimidas. Foi um dos primeiros testes observacionais de psicanalise, e Freud ficou muito feliz com o apoio empírico e cientifico que o procedimento oferecia às suas teorias.
Freud não demorou a colocar Jung na posição de primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional. Ele havia se tornado o herdeiro oficial de Freud, e este parecia deliciado pelo fato de o futuro da psicanalise enfim parecer seguro.
Os seguidores vienenses não pareciam tão certos. A eleição de Jung como presidente, com o circulo suíço que ele liderava em sua esteira, ameaçou rachar a associação. E, pior, um dos melhores amigos de Freud, Albert Adler aos poucos havia criado um desafio ao "núcleo" da psicanalise. Com a ajuda de Jung, Freud derrotou os seguidores de Adler e consolidou seu domínio sobre o movimento. A lealdade de Jung a Freud, porém, não duraria muito tempo.
Na forma pela qual Jung recorda o acontecido, a primeira fissura surgiu na viagem deles aos EUA, em 1909, quando os dois fizeram palestras bem recebidas na Universidade Clark. Freud que tinha o irritante hábito de analisar escancaradamente todas as pessoas que encontrava, anunciou que não queria mais ser analisado. Isso enfraqueceria sua autoridade, ele disse. E foi esse o momento que Jung começou a se sentir incomodado pelo domínio de Freud.
A psicanálise se baseia em sua teoria da libido - descartá-la, portanto, seria demolir tudo. Jung desde o começo tinha dúvidas acerca de o sexo ser mesmo a única fonte de tais energias e impulsos. Freud temia por isso desde o começo do relacionamento. O cerne do rompimento era que peso conferir ao etéreo, ao psíquico, ao oculto, ao improvável. Para Freud, todos esses desvios podiam ser reduzidos à libido. Para Jung, era preciso levá-los a sério e não minimizá-los sem reflexão.
Por volta de 1912, a distancia entre os dois aumentou. O momento em que ambos decidiram contemplar a religião, ao mesmo tempo, bastou para destruir a parceria. Freud terminou produzindo "Totem e Tabu", que apontava o complexo de édipo como origem da religião e de fato da própria cultura.
Jung, em um trabalho publicado pouco antes, ofereceu um argumento abrangente e caótico que continha as sementes das ideias pelas quais ele se tornaria famoso mais tarde: o inconsciente coletivo, arquétipos, e, o que foi fatal para o relacionamento dos dois, uma reformulação do conceito de libido como uma espécie de "energia mental".
Psicologia Analítica
ARQUÉTIPOS E COMPLEXOS
TIPOS PSICOLÓGICOS (INTROVERSÃO, EXTROVERSÃO)
Entrevista - Carl Gustav Jung / Agosto de 1957 - Legendado em Português
Este filme é composto inteiramente por trechos selecionados pelo Dr. Merril Berger da entrevista concedida por Carl Gustav Jung, entre os dias 5 e 8 de agosto de 1957, em Zurique, Suiça, ao Dr. Richard I. Evans, do Departamento de Psicologia da Universidade de Houston.
Neste vídeo, o eminente psicólogo fala sobre sua parceria com Sigmund Freud, sobre os insights que teve ouvindo os sonhos dos seus pacientes, e sobre as fascinantes voltas que deu sua própria vida.
O Dr. Richard I. Evans entrevista Jung, dando-nos uma compreensão original de muitas teorias complexas de Jung, enquanto descreve Jung como um ser humano sensível e com uma personalidade altamente humana.
Mais uma entrevista:
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” - Jung.
terça-feira, 7 de maio de 2019
Indicação de livro para o final de semana :
O fundador da Logoterapia mostra aqui como foi a sua própria experiência em busca do sentido da vida num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Apresenta também, numa segunda parte, os conceitos básicos da logoterapia.
Filme para semana:
Anos depois de desaparecer nas selvas da África, o antropólogo Ethan Powell ressurge quando é acusado de ter assassinado dois caçadores que matavam os gorilas que ele estudava. Depois de passar um tempo vivendo com os primatas e sem qualquer contato humano, Powell parece estar desequilibrado. O psiquiatra Theo Caulder é chamado para tentar se comunicar com o homem retraído e irado, que pode ser mais sábio e mais saudável do que parece.
Psicologia existencial :
Psicologia existencial é uma abordagem à psicologia e psicoterapia , que é baseada em várias premissas, incluindo:
a compreensão do “todo” de uma pessoa é mais do que a soma de suas partes (lembra da Gestalt?);
compreender as pessoas, examinando suas relações interpessoais,
a compreensão que as pessoas têm muitos níveis de autoconsciência não pode ser nem ignorada nem colocada em um contexto abstrato
as pessoas têm livre-arbítrio e são participantes em vez de observadores em suas próprias vidas
a vida das pessoas têm um propósito, valores e significados.
A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é considerada uma das correntes
identificadas com a Terceira Força em Psicologia ou Psicologia Humanista.
Há aspectos significativos que correlacionam o pensamento do seu
fundador, Carl Rogers, com alguns pressupostos da psicologia humanista e
da filosofia existencialista.
OBJETIVOS DA PSICOTERAPIA
EXISTENCIAL:
Tendo em conta que não existe uma mas sim
várias propostas de psicoterapia existencial, apenas